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Projetos do IFSul de combate ao coronavírus são aprovados em edital do Conif

PANDEMIA

Umas das iniciativas contempladas vem do câmpus Pelotas e visa combater o vírus por meio da desinfecção de ambientes com o auxílio de luz ultravioleta
publicado: 22/05/2020 14h27, última modificação: 22/05/2020 14h27

Desde o início da luta contra o coronavírus no RS, o IFSul vem colocando o conhecimento produzido na instituição a serviço da comunidade e das instituições de saúde para auxiliar no combate à pandemia. Agora, dois projetos elaborados dentro da instituição foram selecionados dentro de um edital de abrangência nacional para receber fomento, possibilitando que pesquisas do instituto beneficiem ainda mais a sociedade.

Os projetos do IFSul foram selecionados por meio de edital do Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif) e receberão recursos da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec) do Ministério da Educação (MEC). O edital teve como escopo fomentar iniciativas voltadas ao combate da pandemia ocasionada pelo novo coronavírus. Com a aprovação das propostas do IFSul, serão R$ 80.378,12 destinados a um projeto que busca realizar a desinfecção de ambientes com a aplicação de luz ultravioleta e R$ 324.110,00 para uma iniciativa voltada a desenvolver equipamentos hospitalares por meio de tecnologias como a impressão 3D, de acordo com as demandas de instituições de saúde.

O desenvolvimento de pesquisas na área, de acordo com o pró-reitor de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do IFSul, Vinícius Martins, é fundamental para as comunidades em que o IFSul atua. “Estes projetos permitiram a criação de uma rede integrada de prototipação rápida e desenvolvimento de equipamentos multicampi, reorganizando diferentes grupos de pesquisa e novas iniciativas para suprir as demandas que surgiram com o aparecimento da pandemia da covid-19”, destaca o dirigente, complementando que as iniciativas serão um divisor de águas na aquisição de equipamentos que farão toda a diferença no desenvolvimento de pesquisa e inovação para o enfrentamento ao coronavírus.

Tecnologia para a desinfecção de ambientes

Uma das grandes batalhas contra o coronavírus é justamente a sua eliminação das superfícies onde ele se deposita. Para atacar esse problema, um dos projetos aprovados do IFSul possibilita a desinfecção de ambientes com a aplicação de luz ultravioleta. Em desenvolvimento no câmpus Pelotas, reunindo os cursos de engenharia elétrica e eletrotécnica, a iniciativa, segundo o coordenador Sérgio Severo, está sendo elaborada de modo a ser facilmente reproduzida em todo o Brasil.

Com a ação, o grupo busca construir um conjunto de dispositivos portáteis para a desinfecção de ônibus do transporte coletivo, podendo sua utilização ser estendida também a salas de aula, laboratórios e oficinas. De acordo com o coordenador, um dos desafios para aplicação das lâmpadas fluorescentes germicidas se encontra em dois fatores técnicos: a exposição, em tempo e intensidade suficiente, e o uso por pessoal capacitado. Sérgio destaca que a garantia da desinfecção se dá através da realização de medições da intensidade da radiação, e que a estrutura, tanto física quanto de pessoal do projeto, permitirá atender a esses dois fatores.

O desenvolvimento das peças, além de envolver servidores dos cursos, contará com profissionais terceirizados do câmpus na construção dos dispositivos, respeitando todos os protocolos de segurança, e com estudantes voluntários do curso de eletrotécnica, que receberão o material e um kit de ferramentas, devidamente desinfectados, para montagem em casa.

Dentro do projeto, a equipe definirá procedimentos que garantam a desinfecção do ambiente submetido à radiação ultravioleta. Para isso, a ação irá estabelecer o número de dispositivos necessários, posicionamento dos mesmos e tempo de exposição mínimo. Com o desenvolvimento de um dispositivo de baixo custo e de suas devidas regras de aplicação, o professor Sérgio explica que a equipe espera que o projeto contribua de forma significativa com a redução da disseminação do vírus.

União de forças para o desenvolvimento de equipamentos hospitalares

Por meio da utilização de recursos de manufatura rápida e aditiva, como a impressão 3D, o outro projeto aprovado do IFSul reúne diferentes câmpus da instituição, junto ao meio produtivo local, no desenvolvimento de equipamentos hospitalares voltados a atender as demandas de órgãos de Saúde municipais, segurança pública e demais instituições vinculadas ao enfrentamento da covid-19. A iniciativa, coordenada pelo professor do câmpus Charqueadas, Diego Afonso da Silva Lima, também conta com a participação de mais de 30 servidores dos câmpus Bagé, Camaquã, Charqueadas, Lajeado, Pelotas, Santana do Livramento, Sapucaia do Sul e Venâncio Aires, além de apoiadores de outras instituições.

Com essa grande união de forças, o projeto viabilizará a consolidação de uma rede integrada de prototipação rápida, usando tecnologias que permitam o desenvolvimento, teste e simplificação do processo de produção dos equipamentos demandados pelas instituições de saúde dentro do novo cenário imposto pela crise sanitária. “Será possível mobilizar um grande número de pesquisadores, alunos e colaboradores nas diferentes regiões de atuação do IFSul, descentralizando ações e gerando resultados de forma mais rápida, atendendo e distribuindo com capilaridade as soluções desenvolvidas”, destaca o professor Diego.

Dentre as principais ações previstas pelo grupo estão o desenvolvimento de aerocâmaras e cubos de entubação, a prototipação e teste de peças usinadas para leitos e equipamentos hospitalares, a produção de válvulas e conectores biocompatíveis e esterilizáveis, bem como a produção de câmaras de esterilização por luz ultravioleta para equipamentos de proteção individuais.

Mesmo antes da aprovação do projeto junto ao Conif, o coordenador da ação comenta que o grupo já desenvolveu um conjunto de atividades de produção de equipamentos de proteção individual (EPIs) e peças por solicitação direta de hospitais de diferentes regiões do estado, atendendo Coordenadorias Regionais de Saúde que abrangem 144 municípios gaúchos. Segundo ele, essas ações ocorreram a partir do envolvimento da comunidade através da doação de materiais e da produção de peças usando impressoras 3D, além de produtos adquiridos pela própria instituição.